Resenha


Resenha - Azul






Azul – Resenha
Autor(a) – Marília Lima
Ano de Publicação – 1° edição 2018
Publicação – Editora Penalux



SINOPSE:

A vida é ambígua, por um lado, as coisas mais simples e delicadas estendem-se à vista, no céu azul e aberto, na figura dos pássaros livres e seus cantos, no entanto, figuras tão frágeis, perdem suas forças na impossibilidade de voar amplamente, quando condenados pelas prisões das gaiolas.
Os seres humanos são como pássaros, quanto mais livres e espontâneos, mais belos. Suas canções de felicidade conseguem encantar na simplicidade da sintonia entre natureza e humanidade, uma sincronia que existe quando o homem está assim, feliz e livre, no entanto, feito pássaro, a fugacidade da felicidade cede ao peso das frustrações, “Cortante como a rigidez / do cão morto na sarjeta, / o vizinho que / se suicidou”.
Liberdade e prisão, são explanados no contraste entre a natureza magnética, quando o eu lírico, fica da sua janela, a contemplar o vento soprando a copa espessa das árvores, e as “prisões” criadas pelos homens, como o de Narciso obsessivamente encantado por sua própria imagem.
A obra de Marília Lima referência e almeja esta coisa quase incognoscível chamada liberdade, ao mesmo tempo em que versa sobre a tristeza das coisas incomensuráveis retidas nas pedras do caminho, “Mas a manhã estava fria / a calçada era de pedra, / sobre a pedra, teu corpo, os olhos fechados”.


Azul, uma obra de Marília Lima nos mostra a liberdade em suas palavras. A essência passa ao leitor tão transparente e encantador ao mesmo tempo.
Liberdade é o que define esse livro, estampado na capa mostra o mar (qual outro modelo podemos expressar melhor a liberdade, senão o mar?), os pássaros voando alto e livre, você sente a sensação e a necessidade de descobrir mais. Ao longo das páginas podemos ver ilustrações espetaculares e delicadas, um misto de anseio transborda por elas.
A cada verso podemos ver nitidamente aonde que a poeta quer nos levar, ao ser humano. 




“Tenho, hoje,
Medo da vida,
Que nos quer
Sempre
Prontos a partir,
Abandonar.
 
Tenho medo da vida,
Que nos quer tirar
Tudo o que nos deu.”


É notório perceber a natureza em suas palavras, o carinho que ela tem. No entanto, nos mostra as dificuldades, aqueles obstáculos que cada um passa sempre à espera do tempo por uma recuperação. As tristezas e lamentações que o mundo carrega, com versos duros e pesados.
“O tempo é fora
- o hoje, o ontem, o amanhã.
Dentro é o infindável.
A morte de minha mãe,
por exemplo,
vai ficar
no dentro de mim,
acontecendo
para sempre
até que findemos
juntas
sua morte
e
eu"



A simplicidade de como é contado em cada momento que uma pessoa faz, parece ser bobo observar alguém fazendo, mas, nas palavras de Marília Lima fica algo profundo e submisso por mais. 

Um convite por uma liberdade dentro das paginas pode ser visto desde o momento que você veja o livro, e é esse o convite, que te faço leitor. Venha conhecer e se libertar nesse catalogo de poesia em Azul.

Para maiores curiosidades, aqui em baixo você encontra o link para a página da autora e o link para a compra do livro direto no site da editora.




SOBRE A AUTORA:

Marília Lima é paulistana, licenciada em Letras pela PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e leciona Português para Estrangeiros. Participou de algumas antologias, entre elas: “Vento a Favor”, “Antologia Rio 2001” e “Painel Brasileiro de Novos Escritores 13 – Câmara Brasileira de Jovens Escritores”. Mantém a página “Chuva na Vidraça” no Facebook. E, sim, acredita totalmente na frase de Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta”.



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